sexta-feira, 30 de julho de 2010

Resposta a uma leitora do blog...Geiza Rangel.

Olá Geiza, recebi com muita atenção e carinho seu comentário, seu pedido de ajuda. Esse blog tem a função social de lutar contra todo tipo de violência contra a mulher, em especial a violência doméstica. De início quero te dizer que você não está desamparada. Atualmente existem redes de ajuda e proteção à mulher vítima de violência doméstica.

Dicidi por colocar seu comentário nessa resposta para contextualizar os demais leitores e leitoras sobre o que se refere essa resposta e, da mesma forma que a experiência de outras mulheres poderá te ajudar, a sua experiência poderá ajudar outras mulheres. O blog também está a disposição pelo email: andreluizjornalista@hotmail.com .


Considerando que você deixou no espaço público reservado aos comentários sua mensagem e não fez ressalva quanto a publicação, e no seu perfil não consta nenhum email que pudesse ser utilizado para te responder de forma reservada, não vi outra alternativa senão te atender postando esse texto na esperança que você lesse. Fique à vontade caso queira nos enviar um email, pois nenhum email será publicado e será respondido de forma discreta, responsável e reservada. Mais uma vez repito que a resposta ao seu pedido de ajuda por meio de uma postagem foi a alternativa que estava à minha disposição tendo em vista que não havia algum email seu que pudesse utilizado.


Te agradeço por acompanhar o blog e espero que continua nos acompanhando e nos ajudando a encorajar mais e mais mulheres a reagir e sair da opressão da violência doméstica.  

Comentário postado no blog:

"Geiza Rangel disse...
eu tenho grandes problemas com o homem em que vivo, mas estou tão sem força que ainda nem consigo expor meus problemas com os outros.
o que eu faço?

30 de julho de 2010 11:27"

Geiza, diante do que você escreveu de forma resumida acredito que os "grandes problemas" que está passando com o seu marido se refere à violência. Partindo desse ponto quero te dizer que a Lei Maria da Penha (Lei 11.340) descreve e combate cinco tipos de violência cometidas contra a mulher no ambiente doméstico: violência física, violência psicológica, violência sexual, violência patrimonial, violência moral.

Certamente os "grandes problemas" que está enfrentando está relacionado a algumas dessas violências. A lei Maria da Penha é o seu primeiro amparo. Lembra que disse que não está desamparada? Existem também as Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres, ou seja, cada delegacia dessa existe para atente a você e a todas a mulheres vítimas de violência doméstica. Ao ser atendida em alguma delas, conforme seu caso, a delegada poderá pedir medidas protetivas para garantir sua segurança além a própria ação policial em redigir boletim de ocorrência e questionar seu marido sobre a agressão.

Além da lei e da delegacia especializada, existem também centros de orientação e amparo a essas vítimas. Podem ser ONG´s ou secretarias estatais mesmo. Tais centros, onde atuam psicólgos e assistentes sociais, existem para acolher mulheres que como você estão sendo violentadas e estão perdendo as forças. Neles você encotrará a orientação, conforme o seu caso, sobre como agir, o que fazer, como se proteger. Existem aqueles centro que acolhem mulheres em risco de morte, situação extrema.

Geiza, você deve ter em mente que toda mulher nesse país é protegida por direitos humanos específicos à condição de mulher. Assim como toda criança é protegida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, a mulher tambem tem contado com uma rede de proteção e assistência e que deve ser usada. Violência doméstica contra a mulher é crime. Portanto não se deixe abater diante das dificuldades por que você tem aonde buscar recursos.

No entanto, a realidade de uma mulher que sofre com a violência doméstica depende da condição em que ela vive. É algo específico de cada uma. Muitas mulheres vivem sob o jugo da violência porque tem medo de chamar a polícia para o marido e depois ser ainda mais agredida, ou porque é totalmente dependente financeiramente do marido e não tem como se sustentar sem ele, ou pensa nos filhos, ou na vergonha de expor a sociedade ou a pessoas próximas a humilhão que sofre. Cada dificuldade está relacionada a realidade de cada mulher. Existem aquelas mulheres que são totalmente independentes e possuem uma família estruturada que a ampara e isso a possibilita fugir de casa e nunca mais voltar.

Para te orientar sobre como sair desse ciclo de opressão, desse jugo de violência que está sobre sua vida, eu recorri ao Portal da Violência Contra a Mulher e fiz uma busca sobre as delegacias e centros de orientação no Estado do Espirito Santo que poderão ser locais de referêcia para você buscar ajuda e orientação.

Os endereços estão logo abaixo descritos e contemplam todo o Estado do Espirito Santo. Conforme seu perfil, que diz que você é de Vitória-ES, eu te oriento a buscar ajuda nos centro de atendimentos que é um local próprio para você expor seus problemas, ser escutada sem medo e vergonha e ser orientada sobre como proceder conforme seu caso. Por exemplo, o Centro de Referência de Apoio à Mulher Vítima de Violência, ocalizado na Prainha – Vila Velha/ES ( Tel.: (27) 3388 4272, 2ª a 6ª, das 8h às 18h). Muitas mulheres tem receio de entrar em uma delegacia, não se intimide com isso. Vá a delegacia se for o caso, ou ser for mais fácil para você, e lá você também irá receber orientação necessária. 

Não conheço nenhum desses locais, mas não deixe de pedir ajuda, não deixe de buscar o recurso que está a sua disposição. Não se isole, não se feche, nao deixe o medo ou a vergonha tomar conta de você, compartilhe com alguém de sua confiança o seu problema, vá a esse locais como esses centros de atendimentos e se for o caso vá até a delegacia de mulheres da sua região que também irá te ajudar. 

Eu não conheço a realidade que está passando mas quero te orientar sobre a situação de emergência. Se o seu caso for extremo, do tipo que apanha quase todos os dias, que recebe ameaças de morte, que ameaça com faca ou arma de fogo, se ele é usuário de drogas ou dependente o álcool e sob o efeito dessas substância te agride, que te tortura, violenta sexualmente e sente que sua vida ou a de seus filhos correm risco de vida. Não espere ele a violente de forma fatal ou que deixa graves sequelas, não tenha medo de acionar o 190 ou recorrer a uma delegacia de mulheres, não se deixe dominar pelo medo ou vergonha para buscar ajuda imediata. O homem que agride sistematicamente sua mulher no ambiente doméstico tende a ser mais violênto a cada agressão. A Polícia Militar está também a disposição via 190, ou se encontrar um policial na rua, para proteger e te orientar. É função da Polícia Militar te atender e proteger também.

Espero que com essa resposta eu tenha te ajudado. O blog "O Grito de Ana" está a disposição, inclusive por email, e está com você nessa luta. Levante a cabeça !!! Você não está sozinha !!!

André Silva



Link Portal da Violência Contra a Mulher
(http://copodeleite.rits.org.br/apc-aa-patriciagalvao/home/noticias.shtml?x=155 )

ESPÍRITO SANTO
Dados fornecidos por Edna Martins, do Fórum de Mulheres do Espírito Santo

Disque Denúncia

Vitória/ES

Tel.: 0800-39944

Delegacias

Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher

Santa Luiza – Vitória/ES

Tel.: (27) 3137-9115, de 2ª a 6ª, das 8h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher

Campo Grande – Cariacica/ES

Tel.: (27) 3136-3118, de 2ª a 6ª, das 8h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher

Centro – Guarapari/ES

Tel.: (27) 3161-1220 / 3161-1031, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher

Laranjeiras – Serra/ES

Tel: (27) 3138-1077, 2ª a 6ª, das 8h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher.

Sagrado Coração de Jesus – Colatina/ES

Tel.: (27) 3177-7120 / 3721-5818, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher

Centro – Linhares/ES

Tel.: (27) 3264-2377, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher

São Mateus/ES

Tel.: (27) 3388-2421, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher

Prainha – Vila Velha/ES

Tel: (27) 3388-2481, 2ª a 6ª, das 8h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher

Centro – Aracruz/ES

Tel.: (27) 3256-1181, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h



Delegacia Especializada em Atendimento a Mulher

Centro – Cachoeiro de Itapemirim/ES

Tel: (28) 3522-0282, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h



Centro de Atendimento à Vítima de Violência – CEAV

Centro – Vitória/ES

Horário de Atendimento: 8h às 17h30



PAVIVIS - Programa de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual

Centro Biomédico / UFES

Maruipe – Vitória/ES

Tel.: (27) 3335-7184, de 2ª a 6ª, das 8h às 18h



Divisão de Atendimento a Violência Intrafamiliar – DAI

Itararé – Vitória/ES

Tel.: (27) 3382- 5467 / 3382-5466 / 3382-5465 / 3382-5464, de 2ª a 6ª, das 7h às 19h



Hospital Universitário Cassiano A. de Morais (Hospital das Clínicas)

Santos Dumont – Vitória/ES

Tel.: (27) 3335-7184



Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher

Muquiçaba - Guarapari/ES

Tel: (27) 3362-0264



Pró-Vida - Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica

Secretaria de Direitos Humanos – Prefeitura Municipal da Serra

Serra/ES

Tel: (27) 3328 7500, 2ª a 6ª, das 8h às 18h



Delegacia de Polícia Judiciária - DPJ

Centro – Viana/ES

Tel.: (27) 3255-1171, 2ª a 6ª, das 8h às 18h



Centro de Referência de Apoio à Mulher Vítima de Violência

Prainha – Vila Velha/ES

Tel.: (27) 3388 4272, 2ª a 6ª, das 8h às 18h



Casa Abrigo de Vila Velha

Encaminhamento através do Centro de Referência



Programa S.O.S. Mulher

Hospital Municipal de Cobilândia – Hospital da Mulher

Cobilândia – Vila Velha/ES

Tel.: (27) 3136-2560



Centro de Atendimento S.0.S Mulher

Rede de Apoio a Mulher Viva Maria

Independência – Cachoeiro de Itapemirim/ES

Tel.: (28) 9885-3130, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h

quarta-feira, 28 de julho de 2010

UN releases practical toolkit on how to deter sexual violence in war



30 June 2010 – From peacekeepers in Darfur escorting women and girls to prevent “firewood rapes” to blue helmets in Kosovo setting up an emergency hotline for at-risk communities and lone women, the United Nations launched today its first compilation of the best practices of its staff to prevent, deter and respond to the use of rape as a war tactic.

“This is practical information to move from words to deeds,” the Special Representative of the Secretary-General on Sexual Violence in Conflict, Margot Wallström, told the UN News Centre on the sidelines of the launch of the booklet, Addressing Conflict-Related Sexual Violence-An Analytical Inventory of Peacekeeping Practice.

In the Democratic Republic of the Congo (DRC), for example, the peacekeeping mission known as MONUC has provided escorts for women to resume trading at the local markets, which has improved their sense of security and their economic development.

In Kosovo, peacekeepers noted that unannounced, random foot patrols and checkpoints kept perpetrators off balance, while in Liberia night patrols have been deployed around camps for the displaced.

“From the moment their boots touch the ground, tomorrow’s peacekeepers will have a reference that explains this issue [prevention of sexual violence] in operational, not theoretical, terms,” Ms. Wallström said of the plastic-covered booklet, which is designed to be easy to read.

Speaking on behalf of the Department of Peacekeeping Operations (DPKO), Major General Abhijit Guha, Deputy Military Adviser to the Under-Secretary-General, said that the nature of conflict requires changes in peacekeeping practices.

“The Analytical Inventory is part of our efforts to adapt to the evolving requirements of peacekeeping and supports our new military guidelines on gender,” he said.

The inventory includes a 10-item checklist of emerging elements of an effective response.

Items include consultations with all segments of community, particularly women, to hear what they need and how they move; enhanced training starting with the practical and moving to the theoretical; and role modelling to help leave a legacy of security for women and girls.

It also addresses potential ways to mitigate risk, such as working with civil society groups to provide fuel-efficient stoves in Somalia or Darfur to prevent women from having to walk far to collect biofuels. Such stoves would also support environmental sustainability and alleviate some related illnesses, which are part of the Millennium Development Goals (MDGs) which world leaders hope to achieve by 2015.

Released by the UN Development Fund for Women (UNIFEM), the Stop Rape Now campaign, UN Department of Peacekeeping (DPKO) and the Australian Government, the idea is for the booklet to be distributed to peacekeepers on the ground to be used for training and as an education tool.

“We have to work together as a UN family to move this forward. Stopping the use of rape in conflict areas is not just a matter of time. It requires pro-active measures, political will and military responsibility,” Ms. Wallström told the UN News Centre.

“Acts of sexual violence on this scale are crimes against humanity. To say they cannot be stopped makes no sense. As someone said in today’s launch – what other crime against humanity is inevitable?” she added.

Fonte: UN

sábado, 24 de julho de 2010

Lançamento da Campanha Ponto Final na Violência Contra Mulheres e Meninas

Participe da campanha "Ponto Final na Violência Contra as Mulheres"



 Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos está impulsionando no Brasil a Campanha Ponto Final Na Violência Contra Mulheres e Meninas. Esta Campanha tem o apoio da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe – RSMLAC e da agência de financiamento Oxfam-Novib.

Na coordenação geral da Campanha estão a RHEG - Rede de Homens pela Equidade de Gênero, de Recife; AGENDE – Ações de Gênero, Cidadania e Desenvolvimento, de Brasília, e o Coletivo Feminino Plural, de Porto Alegre.

O principal objetivo da Campanha Ponto Final Na Violência Contra Mulheres e Meninas é reduzir a aceitação social deste problema. É um projeto inovador, baseado na prevenção primária desta forma de violência, que propõe uma reflexão e participação direta das comunidades no debate.

As atividades da Campanha estão sendo desenvolvidas numa comunidade denominada Campo da Tuca, localizada no Bairro Partenon, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com ações diretas de sensibilização de pessoas e grupos, através de atividades culturais, debates, visitas domiciliares, oficinas e atividades múltiplas.

Organizações não-governamentais que possuem uma atuação comunitária expressiva na Cidade como Coletivo Feminino Plural, Maria Mulher - Organização de Mulheres Negras e Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero estão identificadas com esse novo projeto da Rede Feminista de Saúde e integram a coordenação local, trabalhando ao lado de multiplicadoras na comunidade.

No dia 28 de maio, a Campanha passa a desenvolver-se, simultaneamente, no Brasil, Bolívia, Haiti e Guatemala, numa data que marca o Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher. A escolha desta data relaciona-se aos impactos danosos da violência contra a saúde integral das mulheres e meninas.


Secretaria Executiva e Coordenação Geral da Campanha Ponto Final Na Violência Contra Mulheres e Meninas
Avenida Salgado Filho, 28, cj.601 - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil - CEP 900.10.220
Fone: 51 32.12.49.98 - campanhapontofinal@gmail.com

Violência Contra Mulheres e Meninas

A cada 2 horas uma mulher é morta no Brasil. Em dez anos (de 1997 a 2007), 41.532 meninas e adultas foram assassinadas, segundo o Mapa da Violência 2010, estudo dos homicídios feito com base nos dados do SUS. Estes números colocam o Brasil no triste patamar de 12º colocado no ranking mundial de homicídios de mulheres.

Dados divulgados pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, das chamadas do Disque-Denúncia, mostram que as ligações passaram de 46 mil em 2006 para 401 mil em 2009. Só no primeiro trimestre deste ano foram registrados 145,9 mil chamados, um aumento de 65% no número de denúncias.

Apesar do cenário não se mostrar favorável, a perspectiva de mudança ainda existe. “Em razão do fortalecimento do movimento feminista e do aumento dos serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência. Esses fatores associados se constituem em possibilidades de mudança positiva”, afirma a Coordenadora da Área de Violência do UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher – parte da ONU Mulheres), Verônica dos Anjos.

Um ponto final

É diante deste quadro que a campanha Ponto Final na Violência Contra Mulheres e Meninas divulgou nota pública de alerta à sociedade. O objetivo é convidar a todos, para que se mobilizem para que nenhum caso fique sem punição.

“A Campanha Ponto Final busca contribuir para a geração de uma posição coletiva contra esta forma de violência, atuando no fortalecimento de respostas institucionais mais amplas no sentido da prevenção”, diz Renata Teixeira Jardim, da coordenação da Campanha. Ela explica ainda que “a eliminação da aceitação social da violência contra as mulheres é um desafio para a sociedade contemporânea, que convive cotidianamente com essas manifestações”.

Silêncio, omissão e tolerância não podem mais ter espaço. “O movimento de mulheres identifica, há quatro décadas, que a banalização dos fatos, os torna eventos naturais nas relações sociais. Faz parte do comportamento humano, portanto, aceitável”, explica a nota, que foi elaborada pela Rede Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.

“Muito pode e deve ser feito. É muito importante tornar a violência contra mulheres visível, ou seja, publicizar sua ocorrência de maneira que deixe de ser ‘aceita’ como uma forma de controle sobre as mulheres, permitida aos homens. Portanto, uma iniciativa relevante para a redução dessa forma de violência seria, além de outras, a ampliação massiva do conhecimento e do debate sobre o tema”, lembra Verônica dos Anjos.

A Campanha Ponto Final na Violência Contra Mulheres e Meninas não é uma iniciativa pontual. Ela faz parte de um conjunto de ações que abrangem a América Latina e Caribe e que integram um diálogo mundial acerca da violência de gênero, coordenado aqui pela Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe. A Unifem também tem uma vertente de cuidado especifico para mulheres e meninas, em desenvolvimento nos cinco países que estão sob a coordenação do Escritório Unifem Brasil e Cone Sul, a saber: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile.

Fonte: PRVL - Programa de Redução da Violência Letal

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Artigo de André Silva: Eliza Samudio e a falha dos sistemas

A suposta morte da jovem Eliza Samudio se tornou mais uma grave “falha do sistema”. A desculpa que o sistema falhou tem sido usada de forma medíocre como se o sistema realmente funcionasse para vir a falhar algum dia. Antes era culpa do sistema, hoje é falha do sistema. E quem está no gerenciamento do sistema?

A aparente morte de Eliza reafirma a falha não somente do sistema do poder público em oferecer proteção, mas a falha na reeducação dos valores. Quanto ao poder público, a falha, a aberração, a ingerência foi do poder judiciário na atuação da juíza que não concedeu as medidas protetivas à Eliza por simplesmente entender que no caso dela não se aplicaria a lei Maria da Penha.

A vítima, uma mulher, se dirigiu à delegacia de mulheres e prestou uma queixa de que fora agredida pelo amante e forçada a fazer um aborto. Tendo sido prontamente atendida pela polícia que pediu a proteção da jovem, ela foi desamparada pela justiça que se preocupou em não “banalizar” a lei que existe para ser utilizada para justamente proteger a mulher. Quantas mulheres, talvez, ficaram sem proteção porque a prioridade era a “banalização” da lei e não a preservação da vida?

Tem se discutido, e com pertinência, a necessidade de se qualificar os policiais no trato e atendimento às mulheres vítimas de violências de gênero. No entanto, há que se defender a atuação competente e profissional da Polícia Civil do Rio de Janeiro que de imediato buscou a proteção da vida da jovem Eliza Samudio. Infelizmente não há como defender o judiciário. Resta saber quem responsabilizará a juíza.

A falha dos valores está exposta na necessidade de se reeducar o olhar do homem sobre a mulher. Não é incomum nas mesas de bar, nos pontos e ônibus, nos ambientes de trabalho, enfim, entre as conversas sobre o caso Bruno, que o fato da conduta profissional e pessoal, moralmente promíscua, da jovem seja invocada em defesa do agressor.

Os direitos humanos das mulheres não fazem distinção de cor, raça, religião, orientação sexual ou nível social e econômico. A proteção da mulher vítima da violência de gênero deve ser uma garantia incondicional. A Lei Maria da Penha foi criada para proteger a dona de casa, a enfermeira, a professora, a advogada, a secretária assim como a prostituta e a atriz pornô. O preconceito social jamais pode ser uma justificativa para autorizar a violência de um homem sobre a mulher seja ela amante, mulher, namorada, noiva ou garota de programa.

O único meio de se investir nos valores de uma sociedade é por meio da educação que a tempos é um sistema falido. Trabalhar os valores nas relações de gênero é fundamental como política de longo prazo na redução da vitimização de mulheres e quebra do ciclo da violência. Espera-se que o ineficiente poder público evite que meninos e meninas não sejam alvejados por tiros de fuzil dentro das escolas e sejam ensinados a serem homens e mulheres capazes de construir uma nação justa, humanizada, próspera e cada vez mais sem violência contra a mulher.

André Silva - Jornalista e Especialista em Criminalidade e Segurança Pública

terça-feira, 20 de julho de 2010

"Matam-se mulheres feito moscas no Brasil"

REVISTA ISTO É
COMPORTAMENTO
JUDICIÁRIO
MINISTÉRIO PÚBLICO



Especialista em crimes contra a mulher, a promotora de Justiça Luiza Eluf diz que os juízes têm de mandar prender agressores para evitar mortes anunciadas, como a de Eliza Samudio

Daniela Mendes

SEM FRONTEIRAS

Segundo Luiza Eluf, o machismo não tem classe social

Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, segundo o Mapa da Violência 2010, estudo feito pelo Instituto Sangari com base nos dados do Sistema Único de Saúde. A maioria é vítima de ex-namorados, maridos, companheiros. “Enquanto o machismo não acabar, as mulheres continuarão morrendo”, diz a promotora de Justiça Luiza Nagib Eluf, especialista em crimes contra a mulher e homicídios passionais. Com cinco livros publicados, entre eles o best seller “A Paixão no Banco dos Réus”, no qual analisa os principais crimes passionais que ocorreram no País, Luiza diz que as leis atuais são boas, mas há ineficiência da polícia e do Judiciário quando a mulher denuncia a agressão ao poder público. “Só a prisão do agressor pode salvar a vida da mulher inocente”, diz ela, há 31 anos no Ministério Público, quase todos na vara criminal.

ISTOÉ – Eliza Samudio deu queixa contra Bruno à polícia, as agressões dele foram comprovadas e mesmo assim, tudo indica, ela morreu numa emboscada dele. Por que o Estado não a protegeu?

Luiza Nagib Eluf – Essa é a grande questão. Nós temos leis boas, como a lei Maria da Penha, a Constituição, que proíbe a discriminação contra as mulheres. Temos uma lei que determina a criação dos juizados especiais de violência doméstica. Mas a prática da Justiça e da polícia está ruim. Os advogados e o Ministério Público estão cumprindo bem o seu papel. Falta a polícia se convencer de que precisa ser mais rápida nas questões ligadas à proteção da mulher e falta ação do Judiciário, que por vezes fica numa posição de lavar as mãos para ver o que vai acontecer. A lei permite que se prenda o sujeito que ameaça a vida da mulher. Mas os juízes não mandam prender.

ISTOÉ – A proteção é falha?

Luiza – A Eliza filmou depoimento na frente da delegacia dizendo que deu queixa, precisava de proteção e não conseguiu. A cabeleireira Maria Islaine de Moraes, de Belo Horizonte, foi oito vezes à delegacia, recebeu medida protetiva decretada pelo juiz – o ex-marido não poderia se aproximar dela – e foi assassinada por ele em janeiro. Adianta decretar a medida e não fiscalizar o cumprimento dela? É piada. Ninguém protegeu a moça. Ela colocou câmeras no salão para comprovar as ameaças e o assassinato dela foi filmado. O sujeito invadiu o salão sem dificuldade e deu seis tiros nela. A medida protetiva não pode ser de brincadeira, o juiz tem que designar um policial para garantir o cumprimento dela.

ISTOÉ – Mulheres que se relacionaram com Bruno contam que ele e os amigos as surravam em festas e orgias. O que explica esse tipo de comportamento?

Luiza – Para eles as mulheres que estão na fatia decaída da sociedade são lixo. Eles, que tanto as procuram, têm ódio e desprezo por elas. Vamos continuar dividindo a sociedade entre as mulheres honestas e as decaídas? Essa divisão prejudica todas as mulheres, tem de acabar. Como? Trazendo as prostitutas para o lado bom da sociedade. É preciso enfrentar e dignificar a prostituição, porque ela não vai acabar.

“Pimenta Neves não sabia que não podia matar a Sandra Gomide?

Ele fez isso porque apanhou dos pais? Não, fez porque é machista”

ISTOÉ – Eliza teria morrido com extrema crueldade. Há uma escalada da violência?

Luiza – Os requintes de crueldade são cada vez piores. No caso de Eliza, aparentemente praticou-se violência de gênero, mas os métodos de execução do homicídio foram os do narcotráfico, de matar aos pouquinhos, mediante tortura. Analisei um caso do interior de São Paulo em que os ladrões roubaram o carro de um senhor e o amarraram em uma árvore num local ermo. Ele fez as necessidades fisiológicas ali e foi comido por abelhas, formigas e outros bichos. Ele estava vivo enquanto era comido, isso foi constatado pelo laudo pericial.

ISTOÉ – Corre em Santa Catarina um inquérito policial que investiga o estupro de uma menina de 13 anos por dois adolescentes de 14, um filho de um empresário importante e outro de um delegado. Como explicar isso?

Luiza – É o machismo, a cultura do desrespeito à mulher. É o ponto extremo que leva ao estupro, à violência.

ISTOÉ – Neste caso, o delegado Nivaldo Rodrigues, diretor da polícia civil de Florianópolis, admite que houve o ato, mas diz não poder falar se foi na marra. O que acha disso?

Luiza – Com violência, não existe vontade, com 13 ou 80 anos. E a nossa lei penal estabelece que relação sexual com menor de 14 anos é um crime chamado estupro de vulnerável. O delegado não tem de fazer ponderações sobre se ela quis ou não quis, é estupro.

ISTOÉ – Segundo o Mapa da Violência 2010, uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, na maioria das vezes por parentes.

Luiza – O espaço público é perigoso para os homens, que são 90% das pessoas assassinadas na rua. Mas o espaço doméstico é perigosíssimo para a mulher. Ela é atacada em casa. É vítima do marido, do pai, do irmão, do padrasto. São os homens que vivem em volta dela que batem, espancam, estupram e matam. O espantoso é que não são tomadas medidas imediatas para evitar mortes anunciadas, como a da Eliza.

ISTOÉ – Que medidas podem ser tomadas?

Luiza – O Poder Judiciário precisa se convencer do perigo real que é a violência doméstica. São os juízes que decidem sobre a prisão ou não do potencial agressor e há um certo constrangimento de expedir mandados de prisão. São tantos os exemplos que terminaram em morte que, diante de uma queixa, é preciso mandar prender o agressor imediatamente. Temos de ter claro quem é agressor e quem é vítima, pois nossa sociedade confunde os papéis. Não venha dizer que o (jornalista) Pimenta Neves, coitadinho, enlouqueceu com aquele amor pela (jornalista, assassinada por ele em 2000) Sandra Gomide. Ele que pague por sua loucura. Também tivemos o caso da jovem Eloá Pimentel em 2008. Esperaram cinco dias o rapaz (Lindemberg Alves) matar a moça. E quiseram culpar a família dela dizendo que não deveriam ter permitido que ela, aos 12 anos, começasse a namorar. Quem tem culpa é o Lindemberg, que se achava dono dela.

ISTOÉ – Qual o peso da classe social do agressor na violência contra a mulher?

Luiza – Não é uma questão econômica, é cultural. É um padrão de comportamento. Em todas as classes sociais os homens batem nas mulheres. O Pimenta não sabia que não podia matar a Sandra Gomide? Ele fez isso porque passava fome quando era pequeno ou porque apanhou dos pais? Não, fez isso porque é machista. O Lindemberg é de uma classe social mais baixa e matou a Eloá pelo mesmo motivo: ambos achavam que eram donos delas.

ISTOÉ – Eles não temem a punição?

Luiza – Não, porque não veem o Estado funcionar. Homicida passional não se incomoda nem de deixar os próprios filhos na orfandade. No Brasil, matam-se mulheres feito moscas.

ISTOÉ – O assassinato da advogada Mércia Nakashima é passional?

Luíza – Com certeza, é tipicamente passional. Estudei 100 crimes passionais para colocar 15 no meu livro. Todos foram premeditados, como esse parece ter sido. (O principal suspeito da morte da advogada, cujo corpo foi jogado numa represa em São Paulo, é o ex-namorado dela, Mizael Bispo de Souza.)

ISTOÉ – Em países menos machistas há menos violência contra a mulher?

Luiza – Sim. Veja os países nórdicos onde as mulheres estão nos postos de direção, quase equiparadas aos homens no mundo profissional. Isso faz diferença porque é questão de respeito. É a maneira como o homem encara a mulher e como ela se vê diante dele

Fonte: Revista ISTO É via Blog Segurança com Cidadania e Dignidade

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Juíza diz porque não aplicou Maria da Penha a Bruno. Se a juiza estiver certa, algo pode estar errado.

Em nota divulgada pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), a juíza titular do 3º Juizado de Violência Doméstica do Rio de Janeiro, Ana Paula Delduque Migueis Laviola de Freitas, refutou as notícias publicadas pelos jornais Extra e O Globo, que a responsabiliza por supostamente ter negado “medida protetiva” no caso de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno. Ele é investigado pelo desaparecimento da ex.

A juíza revela que, no mesmo dia em que recebeu o pedido, 19 de outubro, o encaminhou à Vara Criminal por entender que o assunto era mais grave. E, segundo ela, “a Lei Maria da Penha não se aplicava ao caso, visto que eles não mantinham relação afetiva estável”.

Ana Paula disse que vai “adotar as medidas judiciais cabíveis, nas esferas civil e criminal”. A presidência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já declarou total apoio à juíza.

As notícias

No último dia 9, os jornais Extra e O Globo publicaram que a juíza negou o pedido da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) para manter Bruno afastado de Eliza. A notícia afirmava que a juíza negou a solicitação a Eliza “por não manter qualquer tipo de relação afetiva, familiar ou doméstica com o jogador". E que, por isso, não podia se beneficiar das medidas protetivas, nem tentar punir o agressor, no caso Bruno, sob pena de banalizar a finalidade da Lei Maria da Penha.

A notícia afirma que o fato de Eliza estar grávida não foi analisado na decisão, assinada pela em 19 de outubro do ano passado.

Fonte: ConJur

Obs.:  Lei 11.340 (Lei Maria da Penha)

TÍTULO II

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.

Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

Isso é violência contra a mulher!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Nilcéa Freire diz que Justiça falhou no caso Eliza Samudio

Ministra também falou sobre o assassinato da advogada Mércia Nakashima


Agência Brasil -

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, criticou neste domingo o fato de a Justiça não ter oferecido proteção a Eliza Samudio com base na Lei Maria da Penha. “Não é bastante termos mais delegacias e juizados se as pessoas que lá trabalham não estiverem capacitadas”, destacou. Ela acrescentou que “muitos crimes têm acontecido porque os agentes públicos que atendem as mulheres subestimam aquilo que elas falam, acham que é apenas mais uma briga, desqualificam a vítima”.

As declarações foram dadas neste domingo depois da participação da ministra na abertura do Fórum de Organizações Feministas para a Articulação do Movimento de Mulheres Latino-Americanas e Caribenhas, em Brasília. “Eliza morreu porque contrariou um homem que achou que lhe deveria impor um castigo. Ela morreu como morrem tantas outras quando rompem relacionamentos violentos”, disse.

O principal suspeito do desaparecimento e da provável morte de Eliza é o goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, com quem ela teria tido um filho. “Quando surgem casos, principalmente com pessoas famosas, que chegam aos jornais, é que a sociedade efetivamente se dá conta de que aquilo acontece cotidianamente e não sai nos jornais. As mulheres são violentadas, são subjugadas cotidianamente pela desigualdade”, afirmou ao ministra.
A ministra lembrou também do caso da advogada Mércia Nakashima. O principal suspeito é o ex-namorado Mizael Bispo de Souza. O corpo da advogada foi encontrado em uma represa no interior de São Paulo.

A representante da comissão organizadora do Fórum de Organizações Feministas da América Latina e do Caribe, Guacira César de Oliveira, afirma que as mulheres participantes do encontro buscam pressionar os municípios, estados e o governo federal a estabelecerem metas de combate e de redução desse tipo de violência.

“A gente quer metas que se traduzam em investimentos, recursos públicos, equipamentos, estrutura. Existem muitos compromissos vazios no sentido de que são discursos, mas não se consolidam em obrigação efetiva que mude a vida das mulheres”, enfatizou. A mulher vítima de violência pode ligar para a central 180 tanto para denunciar agressões quanto para reclamar por ter sido mal atendida pelos agentes públicos.

Fonte: Portal Uai

sexta-feira, 9 de julho de 2010

¿Quién tira la primera piedra?

Una mujer iraní simula una lapidación en Bruselas en señal de protesta.- REUTERS



REPORTAJE: Lapidación en Irán

El proceso de lapidación está descrito, con toda la frialdad de los textos legales, en los artículos del Código Penal iraní.- El agujero de las condenadas debe ser "hasta por encima de los senos"

 
ÁNGELES ESPINOSA
 
Debe de ser una de las muertes más horribles que se pueda imaginar. Una a una, las piedras van golpeando la parte superior del cuerpo, magullándolo, lacerándolo, hasta que la acumulación de heridas acaba con la vida del reo. Despacio. Sin piedad. El proceso está descrito, con toda la frialdad de los textos legales, en los artículos 98 al 107 del Código Penal iraní, que incluso establece quién debe tirar la primera piedra.

En primer lugar, se entierra en un agujero al condenado, "hasta la cintura" si es un hombre y "hasta por encima de los senos" en el caso de las mujeres, según estipula el artículo 102. Parece evidente que es más fácil escapar del agujero en el primer caso, extremo que garantiza el perdón si no hubiera testigos (artículo 103). También se determina (artículo 104) que "las piedras no pueden ser tan grandes como para que maten a la víctima al primer o segundo golpe, pero tampoco tan pequeñas que no puedan ser llamadas piedras".

En el caso de que la condena haya sido fruto de la confesión, como se pretende en el caso de Sakineh Ashtiani, el juez tiene la responsabilidad de arrojar la primera piedra. Si hubiera habido testigos, serían estos quienes tendrían el dudoso honor; a continuación, vendría el juez y el resto de los presentes en la ejecución que por ley no pueden ser menos de tres.

Dado que las lapidaciones son muy polémicas, suelen celebrarse a puerta cerrada y es por tanto difícil saber qué tipo de personas acceden a participar en un castigo tan cruel. Hay que tener mucho estómago para aguantar la lenta agonía que garantiza el goteo de piedras hasta qué las hemorragias o la fractura del cráneo causan la muerte. La película La Lapidación de Soraya M., basada en el libro del mismo título de Freidoune Sahebjam, permite acercarse a ese horror.

Fonte: El País

quarta-feira, 7 de julho de 2010

ONU Mulheres - Uma conquista histórica

Nações Unidas , Nova Iorque, 2 de julho de 2010 - Em um movimento histórico, a Assembléia Geral da ONU votou por unanimidade hoje a criação de uma nova entidade para acelerar o progresso na satisfação das necessidades das mulheres e meninas em todo o mundo .

A criação da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento da Mulher - a ser conhecido como a ONU Mulheres - é resultado de anos de negociações entre Estados membros da ONU e pelo movimento de defesa das mulheres no mundo . Faz parte da agenda de reforma das Nações Unidas , reunindo recursos e de mandatos de maior impacto.

"Sou grato aos Estados-Membros , por ter este grande passo em frente para as mulheres do mundo e meninas ", disse o secretário-geral Ban Ki -moon, em uma afirmação congratulando-se com a decisão. " Mulheres da ONU vai aumentar significativamente os esforços da ONU para promover a igualdade de gênero, expandir as oportunidades e combater a discriminação em todo o mundo . "

Mulheres das Nações Unidas reúne e terá como base a importância do trabalho de quatro partes distintas anteriormente do sistema das Nações Unidas que se concentram exclusivamente em matéria de igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres :
 
Divisão para o Avanço das Mulheres (DAW , criada em 1946 )

Internacional Instituto de Pesquisa e Treinamento para o Avanço das Mulheres (INSTRAW , criada em 1976 )

Gabinete do Assessor Especial para Questões de Gênero e Promoção da Mulher ( osagi , criada em 1997 )

Fundo das Nações Unidas para as Mulheres (UNIFEM , criada em 1976 )

" Felicito os dirigentes e funcionários da DAW, INSTRAW , osagi e UNIFEM para o seu compromisso com a causa da igualdade de gênero , vou contar com o seu apoio à medida que entramos numa nova era no trabalho da ONU para as mulheres ", disse o secretário-geral Ban . "Eu fiz a igualdade de gênero eo empoderamento das mulheres uma das minhas prioridades - de trabalhar para acabar com o flagelo da violência contra as mulheres, a nomeação de mais mulheres a altos cargos , os esforços para reduzir as taxas de mortalidade materna ", observou .
 
Durante muitas décadas , a ONU fez progressos significativos na promoção da igualdade de género , nomeadamente através de acordos marco, tais como a Declaração de Beijing e Plataforma de Ação e da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres. A igualdade de gênero não é apenas um direito básico do ser humano mas a sua concretização tem enormes implicações socio- económicas. Empoderamento das mulheres combustíveis próspera economia , estimulando a produtividade eo crescimento .
 
No entanto, as desigualdades de gênero permanecem profundamente arraigados em cada sociedade. Mulheres em todas as partes do mundo sofrem violência e discriminação, e estão sub-representadas em processos decisórios . Altas taxas de mortalidade materna continuam a ser motivo de vergonha global. Por muitos anos , a ONU tem enfrentado sérios desafios nos seus esforços para promover a igualdade de gênero no mundo, incluindo o financiamento inadequado e não controlador única reconhecida para dirigir as actividades da ONU em questões de igualdade de gênero.
 
Mulheres das Nações Unidas - que estará operacional em Janeiro de 2011 - foi criado pela Assembléia Geral para tratar desses desafios . Será um campeão dinâmico e forte para as mulheres e meninas , proporcionando-lhes uma voz poderosa , a nível global , regional e local. Vai melhorar , e não substituir , os esforços de outras partes do sistema das Nações Unidas (tais como UNICEF , PNUD e UNFPA) , que continuam a ter a responsabilidade de trabalhar pela igualdade de gênero eo empoderamento das mulheres em suas áreas de especialização.
 
Mulheres das Nações Unidas terá duas funções principais: Irá apoiar os organismos inter- governamentais como a Comissão sobre o Status da Mulher na formulação de políticas, padrões e normas globais , e vai ajudar os Estados- Membros a implementar estas normas , estando pronto para fornecer apoio técnico e financeiro adequado para os países que o solicitem, bem como estabelecendo parcerias eficazes com a sociedade civil. Também ajudará o sistema da ONU para ser responsável por seus próprios compromissos sobre a igualdade de género , incluindo o acompanhamento regular do progresso do sistema.
 
Secretário-Geral Ban nomeará um Sub- Secretário-Geral para dirigir o novo órgão e está convidando as sugestões dos Estados-Membros e os parceiros da sociedade civil. O Sub- Secretário-Geral será membro de todas as instâncias superiores de decisão da ONU e apresentará um relatório ao Secretário-Geral.

As operações das Nações Unidas da Mulher será financiada por contribuições voluntárias, enquanto que o orçamento regular da ONU vai apoiar o seu trabalho normativo . Pelo menos E.U. $ 500 milhões - o dobro do orçamento atual combinado de DAW, INSTRAW , osagi e UNIFEM - tem sido reconhecida pelos Estados- Membros, o investimento mínimo necessário para a Mulher das Nações Unidas .
 
" Mulheres das Nações Unidas dará mulheres e meninas a voz forte e unida que merecem no cenário mundial . Estou ansioso para ver esta nova entidade em funcionamento para que nós - mulheres e homens - possa avançar em conjunto em nossos esforços para alcançar os objetivos de igualdade, desenvolvimento e paz para todas as mulheres e meninas, em todos os lugares ", disse o secretário-geral adjunto Asha -Rose Migiro .
 
A resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas a criação de mulheres também abrange questões mais amplas relacionadas à ONU a coerência do sistema , estabelecendo uma nova abordagem para o financiamento de operações de desenvolvimento das Nações Unidas , agilizando o trabalho dos organismos da ONU, e melhorar os métodos de avaliação dos esforços de reforma.
 
Texto importado integralmente do blog "Uma mulher na luta da violência contra a mulher"

domingo, 4 de julho de 2010

Dez mulheres são mortas por dia no País

Média registrada em dez anos fica acima do padrão internacional; motivação geralmente é passional

Bruno Paes Manso, de O Estado de S.Paulo



Foto: Nilton Fukuda/AE
 
SÃO PAULO - Em dez anos, dez mulheres foram assassinadas por dia no Brasil. Entre 1997 e 2007, 41.532 mulheres morreram vítimas de homicídio – índice de 4,2 assassinadas por 100 mil habitantes. Elas morrem em número e proporção bem mais baixos do que os homens (92% das vítimas), mas o nível de assassinato feminino no Brasil fica acima do padrão internacional.

Os resultados são um apêndice, ainda inédito, do estudo Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Zangari, com base no banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus).

Os números mostram que as taxas de assassinatos femininos no Brasil são mais altas do que as da maioria dos países europeus, cujos índices não ultrapassam 0,5 caso por 100 mil habitantes, mas ficam abaixo de nações que lideram a lista, como África do Sul (25 por 100 mil habitantes) e Colômbia (7,8 por 100 mil).

Algumas cidades brasileiras, como Alto Alegre, em Roraima, e Silva Jardim, no Estado do Rio, registram índices de homicídio de mulheres perto dos mais altos do mundo. Em 50 municípios, os índices de homicídio são maiores que 10 por 100 mil habitantes. Em compensação, mais da metade das cidades brasileiras não registrou uma única mulher assassinada em cinco anos.

Outro contraste ocorre quando são comparados os Estados brasileiros. Espírito Santo, o primeiro lugar no ranking, tem índices de 10,3 assassinatos de mulheres por 100 mil habitantes. No Maranhão é de 1,9 por 100 mil. “Os resultados mostram que a concentração de homicídios no Brasil é heterogênea. Fica difícil encontrar um padrão que permita explicar as causas”, afirma o pesquisador Julio Jacobo Wiaselfisz, autor do estudo.

São Paulo é o quinto Estado menos violento do Brasil, com índice de 2,8 por 100 mil habitantes. Mas a taxa é alta se comparada à de Estados americanos, como Califórnia (1,2) e Texas (1,5). “Quanto mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher”, diz a psicóloga Paula Licursi Prates, doutoranda na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, onde estuda homens autores de violência.

Motivação

Para aumentar a visibilidade do problema e intimidar a ação dos agressores, a aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, foi comemorada pelas entidades feministas por incentivar as mulheres a denunciar crimes de violência doméstica, garantindo medidas de proteção para a mulher e punições mais duras e rápidas contra agressores.

Mas a nova lei não impediu o assassinato da cabeleireira Maria Islaine de Morais, morta em janeiro diante das câmeras pelo ex-marido, alvo de oito denúncias. Nem uma série de outros casos que todos os dias ganham as manchetes dos jornais.

Ainda são raros os estudos de casos que analisam as motivações de assassinos que matam mulheres. De maneira geral, homens se matam por temas urbanos como tráfico de drogas e desordem territorial e os crimes ocorrem principalmente nas grandes cidades. Mulheres são mortas por questões domésticas em municípios de diferentes portes.

“No caso das mulheres, os assassinos são atuais ou antigos maridos, namorados ou companheiros, inconformados em perder o domínio sobre uma relação que acreditam ter o direito de controlar”, explica Wânia Pasinato Izumino, pesquisadora do Núcleo de Estudo da Violência da USP.

Em um estudo das motivações de 23 assassinatos contra mulheres ocorridos nos cinco primeiros meses deste ano e investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP), em 25% dos casos o motivo foi qualificado como torpe.

São casos como negativas de fazer sexo ou de manter a relação. Em 50% das ocorrências, o motivo foi qualificado como fútil, como casos de discussões domésticas. Houve 10% de mortes por motivos passionais, ligados a ciúmes, por exemplo, e 10% relacionado ao uso ou à venda de drogas.

“Por serem ocorrências domésticas, às vezes a prevenção a casos como esses são mais difíceis”, afirma a delegada Elisabete Sato, chefe da divisão de Homicídios do DHPP.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Carta de repúdio à violência contra as mulheres



REPÚDIO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES


Nós do Instituto Mulher Viva, repudiamos á violência contra as mulheres.


Parece brincadeira, mas a tão lei esperada, Lei Maria da Penha, que existe para proteger, acolher e libertar as mulheres da violência é utopia, pois o que vemos são homens fazendo “justiça” com as próprias mãos, ou no popular “se você não for minha, não será de mais ninguém”

Casos com o da cabeleleira Maria Islaine assassinada com vários tiros pelo seu ex-marido o mecânico Fábio Wiliiam no estado de Minas Gerais, conforme depoimento das amigas que presenciaram o crime, o motivo foi à separação, o autor não admitia que Islaine, terminasse o casamento e fosse viver uma nova vida. Maria fez oito denúncias de agressão contra Fabio. Cada vez mais enfurecido com esta atitude, cumpriu o que prometera “se você não for minha, não será de mais ninguém”

Assim, ocorreu com a advogada Dra Mércia em Guarulhos ao terminar o namoro com o ex-policial e advogado Mizael Bispo. Márcia termina o namoro, rompe a sociedade que tinha com o acusado e misteriosamente desaparece ao sair da casa da avó na cidade de Guarulhos. O corpo é encontrado na represa de Nazaré Paulista. Amigos e familiares dela apontam para a personalidade de Mizael, homem violento e controlador. Os suspeitos do assassinato de Mércia são Mizael e seu irmão Adão.

O goleiro Bruno é o principal suspeito de espancar e ocultar o corpo da ex-namorada Eliza. Elisa postou no youtube um vídeo denunciando Bruno, dizendo que por várias vezes a ameaçou de morte. No vídeo Elisa diz: Caso aconteça algo comigo, todos vão saber que você é o culpado. A estudante esta desaparecida há mais de um mês.

O que esses crimes têm em comum?

COVARDIA!

A nossa Lei Maria da Penha, precisa ser cumprida.

Vamos à luta!

Fonte: Blog "Mulher Viva"

Assasssino de Ana Carolina é condenado a 34 anos e quatro meses de prisão. Uma vitória dos que lutam pelo fim da violência contra a mulher !!!


Maníaco de Contagem é condenado a 34 anos e quatro meses de prisão

Emerson Campos - Portal Uai

Trinta e quatro anos e quatro meses. Esse é o tempo que Marcos Antunes Trigueiro, de 32 anos, terá que passar atrás das grades por ter estuprado e assassinado Ana Carolina Menezes, de 27 anos, em abril de 2009. A maior pena foi pelo homicídio da empresária: 23 anos de reclusão. Além disso, ele ainda foi condenado à reclusão de 9 anos e seis meses pelos dois estupros (anal e vaginal), dois anos mais multa por furto, e sete meses pela exposição do filho de Ana ao perigo. A pena deverá ser cumprida em regime fechado e ele não poderá recorrer em liberdade.

Este foi o primeiro de uma série de julgamentos a que Trigueiro ainda deve ser submetido. Ele deve ir à júri popular pela morte e estupro de mais quatro mulheres e por mais dois latrocínios, conforme informou seu advogado, Rodrigo Bezzotto.


O Julgamento


Antes do início dos trabalhos, na manhã desta desta quarta-feira, advogado de defesa e promotor davam pistas do que se veria ao longo da sessão: um debate sobre a saúde mental de Marcos Antunes Trigueiro. Logo no início, ambos dispensaram as testemunhas e o réu foi convovado pelo juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga para responder suas perguntas.

Após um breve debate com seu advogado, Marcos Trigueiro aceitou responder as indagações do juiz e confessou parcialmente os crimes. Durante sua fala, o Serial Killer de Contagem disse que, se pudesse, voltaria atrás, e negou ter feito sexo anal com vítima, no entanto, laudos do IML mostraram que, de fato, as relações existiram.


Bocejo e sorriso


Defesa e promotoria abriram mão de questionar Marcos, que voltou para o banco dos réus após o interrogatório do juiz. Enquanto aguardava o início da argumentação do promotor Paulo Roberto Romero, o Maníaco de Contagem chegou a bocejar. Logo no início da fala de Romero, ao ser ironicamente chamado de "Marquinho", o réu esboçou um sorriso. Durante a maior parte do dia, ele permaneceu de cabeça baixa, com ar sereno, sempre sem algemas.

Durante sua argumentação, o promotor focou sua linha de raciocínio em detalhes que comprovam que Trigueiro não possuí nenhum problema mental e que, por isso, tinha total consciência dos crimes que cometia. O acusador chegou a revelar que o réu teria confessado a um companheiro de cela que sempre ia bem vestido atacar suas vítimas, o que comprovaria a tese da promotoria, de que suas ações eram planejadas.


Defesa


A argumentação de Rodrigo Bizzotto foi marcada por constantes intervenções da promotoria. O principal motivo para o debate entre defesa e acusação foi a falta de consenso das partes com relação aos crimes pelos quais o Maníaco de Contagem era julgado. Enquanto a promotoria pedia que Trigueiro fosse julgado separadamente pelos crimes de homicídio e estupro, seu advogado solicitava uma condenação por estupro seguido de morte, o que, segundo o promotor, significaria uma pena menor, de aproximadamente 12 anos, fora os benefícios.

No último intervalo antes da réplica, de Romero, e da tréplica, de Bizzotto, o defensor voltou a conversar com os jornalistas e chegou a falar em milagre ao citar uma possível redução de pena de seu cliente.


Assassinato revelou a frieza do maníaco


Entre os vários crimes pelos quais Marcos Trigueiro foi acusado, o assassinato de Ana Carolina foi um dos que mais chamou a atenção, por mostrar a frieza do maníaco durante a ação.

Após simular um assalto e levar a vítima até o bairro Alto dos Pinheiros, na Região Noroeste de Belo Horizonte, Marcos estuprou e matou a empresária na frente de seu filho, na época, com 1 anos e 4 meses. Após o crime, ele deixou a criança deitada sobre o corpo da mãe morta.

Fonte: Portal Uai