sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O grito de Ana foi escutado e expressado em poesia. Por Lucas Barreto (pavonetii@hotmail.com)

Grito de Ana
Quando evitamos que joguem a primeira pedra,
Muitas mulheres são lembradas por suas feridas
Maltratadas pelos seus inimigos mais próximos,
São roubadas suas palavras que
salvariam suas vidas...
O grito de Ana nem mesmo eu escutei
Fiquei sabendo outro dia que havia morrido
Na mesma hora eu parei e pensei;
Se o mundo pelo menos havia percebido?
Esta vasta gama de problemas sem soluções,
Incrementam um leque de atrocidades
E a cultura poderia salvar todas as nações,
E infelizmente o mal transcende a realidade...
Contamos com a sensibilidade alheia,
No esforço de cada um para cada qual
Quando cuidamos da mulher o mundo nos presenteia,
Com mais dignidade do que o normal.
Agora vejo mais uma Ana morrer,
E um sonho de paz deixar de existir
E a mãe que o filho não á proteger
A sua mulher ela jamais vai sorrir...
Poema de Lucas Barreto (pavonetii@hotmail.com)
Lucas Barreto, psicólogo, poeta e modelo, foi mais um que escutou o grito de Ana. Sua poesia ecoa nessa campanha permanente contra toda e qualquer forma de violência contra a mulher. O blog "O Grito de Ana" está aberto a qualquer pessoa, homem ou mulher, que deseje se expresssar contra essa insanidade que maltrata e mata nossas mulheres, nossas famílias e nossa sociedade.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Fundo da ONU para o fim da violência contra a mulher

UN Trust Fund to End Violence against Women Announces US$10.5 Million in Grants for 13 Projects in 18 Countries

24 November 2009

United Nations, New York — The United Nations Trust Fund in Support of Actions to Eliminate Violence against Women (UN Trust Fund) will award nearly US$10.5 million in 2009 to 13 projects and initiatives that are addressing gender-based violence in 18 countries.

Resources for the UN Trust Fund fell drastically short to meet the vast demand. A total of 1,643 concept notes were received with grant requests totalling US$857 million. These figures reflect a sharp increase from previous years, both in terms of the number of applications received and the amount of funding requested. However, only 1.2 percent of the record amount requested could be met.

An average US$800,000 per grant will be awarded in 2009, US$50,000 more than the average grant awarded in 2008, and five-times the average grant awarded in 2007. The largest grants will be to Africa, where a total of five grantees shall receive an average of US$1 million per grant.

About the 2009 Grantees

New grants will support the implementation of laws and policies through better coordination of services to protect women and girls from violence in Thailand (UN Country Team), and the expansion of integrated services in Albania (Refleksione on behalf of the Albanian Network against Gender Violence and Trafficking). The Sierra Leone National Commission for Social Action will carry out recommendations of the Truth and Reconciliation Commission to assist more than 650 survivors of sexual violence through reparations.

In Cameroon, Lesotho, Namibia and Nigeria, the International Planned Parenthood Federation will pilot a model of working through sexual and reproductive health services to analyse the impacts of violence against women and girls and increase support for survivors. Save the Children will scale up a proven approach for ending female genital mutilation in Gambia, Guinea, Mali and Senegal, shifting an existing emphasis from a health to a human rights–based approach. In Uganda and six other locations in East and Southern Africa, Raising Voices will build on the award-winning SASA! (Start, Awareness, Support, Action) programme to address intersections between violence against women and HIV and AIDS.

Several new grantees will work with girls and youth. In Zambia, Equality Now will seek justice for sexually abused girls through improved laws and enforcement. In Cambodia, Youth Star will mobilize youth groups around stopping domestic violence. In Bolivia, Asociación CUNA will strengthen networks against sexual and intra-family violence to prevent violence against girls and adolescents in the municipality of El Alto. Other grantees reach out to particularly excluded groups of women and girls, including women at risk due to the global financial crisis in Cambodia (Care International), women of the Roma minority in Bosnia and Herzegovina (Prava Za Sve), and indigenous women’s groups in Guatemala (Population Council) and Mexico (UN Country Team).

Fonte: Say no to violence
http://www.saynotoviolence.org/around-world/news/un-trust-fund

domingo, 22 de novembro de 2009

Aprovada resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre violência sexual contra mulheres e meninas em contextos de conflito


Aprovada por unanimidade resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre violência sexual contra mulheres e meninas em contextos de conflito


No passado dia 30 de Setembro, foi aprovada por unanimidade a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas 1888 sobre a violência sexual contra mulheres e meninas em situações de conflito. Esta Resolução surge no seguimento das resoluções 1325 (2000) e 1820 (2008), ambas dedicadas a ampliar a protecção de mulheres e meninas em contextos de violência armada e garantir mais e melhor participação feminina nos esforços de prevenção, gestão de conflitos, bem como nas etapas de reconstrução pós-bélica.
Em síntese, a Resolução 1888 apela à
1) nomeação de um representante especial responsável por envidar esforços para pôr fim à violência sexual contra mulheres e meninas em contextos de conflito armado;
2) constituição de uma equipa de peritos sobre esta matéria, com o objectivo de assistir os governos na prevenção da violência sexual em contextos de violência armada, reforçar os sistemas de justiça militar e civil e garantir maior e melhor assistência a vítimas de violência sexual, bem como acesso à justiça;
3) consideração dos padrões de violência sexual por parte dos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante o processo de adopção ou desenho de sanções a países em guerra;
4) inclusão, sempre que possível, de especialistas sobre protecção das mulheres nas missões de manutenção da paz;
5) elaboração de relatórios anuais por parte do Secretário-Geral sobre a implementação da resolução;
6) elaboração de relatórios periódicos sobre violência sexual por parte das missões de manutenção da paz sob a égide das Nações Unidas.
Fonte: OGIVA - Observatório de Gênero e Violência Armada
http://www.ces.uc.pt/ogiva/pages/pt/inicio/destaques.php?lang=PT
Resolução da ONU na íntegra, em inglês e em PDF:
http://www.ces.uc.pt/ogiva/media/ResCSNU1888-2009.pdf

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Violência contra a mulher é problema de todos!!!



Mais uma "Ana" morre em BH...vamos continuar na luta!!!

Recebi esse comentário de uma leitora e lamento a triste perda dessa família. Mais uma vítima da brutal violência contra a mulher. Por isso lutamos e insistimos em promover o fim dessa violência que atinge as nossas mulheres. Quando uma mulher é agradida dentro de sua família ou morta no contexto da violência de gênero, é a sociedade que perde uma educadora, uma mãe, uma avó, uma profissional, uma experência de vida. Esse mal atinge mulheres de vários países do mundo e não deve ser visto como uma agressão "tolerável". Não se pode tolerar a violência.

Esperamos que essa família supere esse momento de dor que essa insubstituível perda está proporcionando. Esse blog busca contribuir para que mulheres tenham seus direitos respeitados e possam viver e buscar sua felicidade sem esse sofrimento que é o terror da violência específica contra elas.


"Anges Modas disse... Oi fiquei emocionada com o blog, pois além de termos ficado muito sentido com a morte da ana mesmo sem conhece-la, acabamos de perder minha sogra da mesma forma que a Ana, estamos vivendo nossos piores dias e vemos que nada tem sido feito para acabar logo com essa maldade, minha sogra tinha apenas 48 anos, cheia de vida e de planos e alguem sem coração roubou dela o direito de viver da mesma forma que a Ana, minha amada sogra foi estrangulada com o cinto de segurança do seu proprio carro e meu noivo e meu cunhado a encontraram com a ajuda do rastreador do carro, para nossa infelicidade a encontramos da pior maneira possivel... Parabens pelo blog e que Deus conforte o coração de vcs assim como oro todos os dias para confortar o nosso e principalmente do meu noivo e do meu cunhado...15 de Novembro de 2009 11:10 "

André Silva

sábado, 14 de novembro de 2009

Luta para libertar as mulheres paquitanesas da violência




Mulheres paquistanesas tentam se libertar do rigor das leis do país
Quase metade das mulheres permanecem analfabetas. Preconceito e pobreza se somam para impedir que muitas meninas tenham acesso à educação.
O Paquistão viveu neste sábado (14/11) mais um dia de violência. Um atentado na cidade Peshawar deixou pelo menos 11 mortos. Entre as vítimas, seis crianças e mulheres.
Na última reportagem da série sobre o Paquistão, os repórteres Marcos Uchôa e Sérgio Gilz mostram a vida das mulheres que tentam se libertar do rigor das leis do país.
Um breve retrato/relato da situação das mulheres no Paquistão é difícil de se fazer... Dentro de uma cidade grande, a liberdade colorida de estudantes dá uma impressão de um otimismo de quem tem um mundo pela frente.
Já uma garotinha vendendo lencinhos no meio do trânsito reflete o outro lado da moeda, um outro mundo.
Quase metade das mulheres permanecem analfabetas. Preconceito e pobreza se somam para impedir que muitas meninas tenham acesso à educação.
Na região próxima ao Afeganistão a situação é muito pior. Ali a burca embrulha a mulher numa vida sem voz e sem rosto.
Às vezes, elas parecem acuadas, empurradas para um cantinho da vida em público.
No interior, onde a maioria vive, é uma vida dura parecida com gerações de mulheres que vieram antes delas. Séculos 21, 20, 19 o trabalho no campo não parece ter evoluído pra essa gente.
Entre casais e famílias muito conservadoras, o comportamento da mulher pode ser uma questão de vida ou morte.
Lavar a roupa suja muitas vezes acaba em assassinato. Cerca de mil mulheres por ano são mortas, são os chamados crimes de honra.
Quatrina Hussein tem um programa na televisão que tenta denunciar tanta violência.
"Muito do que acontece se diz que é em nome da religião, mas é tribal, cultural. Existem leis contra isso, mas não são cumpridas. Temos que punir as pessoas", ela diz.
Já a gravação de uma garota sendo chicoteada em público pelo taliban causou indignação no país e ajudou a unir a sociedade contra os terroristas.
Ao contrário do Brasil, o Paquistão teve uma mulher como líder. Benazir Bhutto foi primeira ministra duas vezes. Ia ser uma terceira quando foi assassinada.
Fonte: Jornal Hoje

Aonde vamos parar? Quantas mulheres como Ana Carolina de Menezes ainda irão morrer?





Violência contra a mulher e violência contra a família - Opinião de André Silva

O que a violência contra a mulher tem em comum com o caos social que vivemos? Semana passada vi uma cena triste. De dentro do ônibus em uma das avenidas mais importante e movimentadas de Belo Horizonte, avenida Amazonas, vi um morador de rua tentar agredir sua companheira na calçada. A criança, de aparentemente cinco anos, que estava com o casal de moradores de rua de imediato pegou uma pedra e ameçou jogar no agressor. Não sei se o agressor era seu pai mas havia somente o três naquela calçada.
Infelizmente essa cena se repete em lares estruturados financeiramente e estruturalmente. Famílias instruídas e com seus membros bem posicionados na sociedade estão sendo destruídas pela violência contra a mulher. Filhos bem criados, assim como aquela criança, quando não usam da violência para defender as mulheres de sua família, repetem o mesmo erro do pai.
A violência familiar destrói a célula mais importante da sociedade, a família. A destruição do núcleo familiar atinge o controle social informal mais importante para evitar o aumento e a repetição da violência que estamos acompanhando. Mães que matam seus companheiros quando não são fatalmente vitimadas, adolescentes que expõe sua raiva e revolta por meio da agressividade, da prática do crime e da violência.
O crime tem várias explicações e teorias e não é intenção aqui debater sobre eles e tão pouco dizer que a destruição do núcleo familiar é a causa de todos os males sociais. Proteger a mulher, assim como proteger cada membro da família é também contribuir com o frotalecimento da sociedade que tem graves problemas para resolver, em especial de segurança pública.